Carrosel

A luminária de carrossel rodopia clareando o quarto.

O papel de parede com desenhos de astronauta em meio galáxia camufla a presença de uma mariposa no ambiente.

O vento entra no quarto fazendo pinturas de aquarela em pedaços de papelão voarem pelo espaço.

Uma lua escarlate em formato de eclipse pode ser vista da janela.

Firmino a olha com uma bússola em mãos.

Não há mais norte.

As nuvens começam a se aproximar de maneira estrondosa.

Firmino sabe que poderia tentar se proteger numa caverna com proteção de estalactite e ônix, para esse estudioso seria o mais apropriado.

Mas nem um cientista é capaz de desobedecer ao coração.

Está onde queria estar, mesmo sem a presença daquele que gostaria de estar.

O fragor de um cometa fez seu corpo se curvar.

Ao mesmo instante, um abalo tectônico fez seu corpo rodar no quarto, como um carrossel, junto todos os objetos do quarto, num movimento circular sem fim, até o encontro de sua nuca com a luminária.

Firmino bate contra o papel de parede e abraça o espaço sideral.

 

 

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