Do topo do castelo pode-se ver a neve caindo vagarosamente do céu.
Já está chegando a hora do sol aparecer novamente.
O relógio mostra um horário vespertino.
Ethan dá um pequeno sorriso por saber que tomará um chá quente em breve.
Coloca o binóculo beijando seu o seu olhar para o zoom.
Pôde ver o lago, o enorme jardim, as muralhas já em ruínas, o tráfego turístico e alguns drones que permeiam a região.
A tecnologia chegou e ainda não está habituado e familiarizando, ainda encontrando surpresa ao vê-los.
O fone de ouvido toca uma música que lembra suas raízes.
Estar num castelo daquele é ligar-se a sua ancestralidade.
Lembrou-se da família e de pessoas queridas.
Sua doença cardíaca está em fase final.
Ethan só quer aproveitar os pequenos momentos que lhe restam.
“É bom estar novamente na Escócia”, pensou.
O olhar começa a compenetrar as águas do lago famoso.
Ethan vê uma sombra, que avança do fundo numa velocidade um tanto anormal para seu tamanho.
O avistamento é raro, mas não incomum, já que aconteceu outras vezes na história.
A criatura começa a emergir e Ethan solta o binóculo, causando peso no pescoço.
Ninguém percebeu.
Ethan começa a gritar no idioma americano para que a maioria possa entender.
“O Monstro, ele existe! Ele vai aparecer agora!”
Todos os turistas ficam de olho no lago, onde aparecem bolhas enormes, como se algo estivesse subindo rapidamente.
Do topo do castelo de pequeno porte, Ethan sente seu coração lembrar da doença.
O mergulho é cinematográfico e ninguém pode ver.
A imersão é colossal e Ethan não pode ver.
Sente o sangue que começa a escorrer de sua cabeça.
O som das pessoas anunciando surpresa foi abissal.
Estatelado ao chão, com a consciência se esvaindo, Ethan escuta o que não imaginava.
“Desculpa, pessoal, hoje foi o dia de emergir a réplica que foi usada em um filme de 1970! Uma surpresa pra vocês! Espero que não tenhamos causado alvoroço. Mas, gravamos suas reações para um documentário! Quem puder assinar um termo de uso de imagem, agradecemos!”